Saudade

(Claudionor Queiroz. 19 de novembro de 1937)

 

Só ao acerbo pungir desta saudade cheio,

Sem ti, sem teu sorriso, ameno de luar,

Sinto uma ansia um infinito anseio,

Um desejo incontido e amargo de chorar!

 

 

E na febre de ver-te e apertar-te ao meu seio

Muitas vezes até me surge ao olhar

Como Venus surgiu, toda nua, no meio,

Das espumas em flor da água verde do mar.

 

 

Bem vês! Não posso mais! Esta ausência me cansa,

É minh’alma a chorar que de joelhos t’o diz:

Vem! Não tardas em vir! Apressa o passo, avança!

 

 

Vem povoar com teu riso os meus dias desertos

E deixar-me sonhar um momento feliz,

Na alva cruz de marfim dos teus braços abertos!

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