Reflexos de grupo

Saí a pouco de um grupo terapêutico, pensando com meus caracóis, na difícil situação de ser mãe. Cada uma das mulheres tem uma história. Cada uma tem uma dor. Todas, dores imensas, que maltratam, machucam e como é típico delas, doem. Muito.

Nessa roda, coloco minhas perspectivas e me sinto a felizarda. E, ao mesmo tempo, enquanto falo das minhas experiências, penso se o que digo não soa como um espinho na ferida de cada uma. Porque meu sentido de ser mãe, no contexto geral, é de sucesso.

Penso também sobre a minha sinceridade ao sentir a dor de cada uma delas. Como sempre desconfio. Principalmente de mim. Das minhas razões e motivações. E como sempre também, reflito na desconfiança, repito as falas e concluo que apenas em alguns momentos eu faria o mesmo que uma, ou outra fazem. E essa é a razão porque fico feliz comigo e com minhas escolhas.

Quanto à sinceridade, percebo que minha fala pode oferecer outra perspectiva, mas me envaidece me perceber uma boa mãe, mesmo que isso não seja exatamente consenso. Acredito que fizemos sempre o melhor possível dentro do que estava posto pra nós.

Olhando pra delas antes da reunião começar, me dei conta de como somos corajosas, humanas, guerreiras. Essas mulheres, minhas companheiras, representam tudo o que entendo desses qualificativos. Cada uma com seus limites, suas dificuldades, seus equívocos; cada uma com uma história de vida e de luta; todas com um mesmo objetivo, que transcende o espaço limitado de cada ser.

Deixe um comentário