Scorpio

É tudo bobagem.
Mas Scorpio me aferroa e quase sempre me pega com a guarda baixa.
Vale a pena? Não vale a pena?
Penso amiúde em chutar o pau da barraca, virar a mesa, subir nas tamancas e rodar a baiana (o que por sinal faço muito bem, modéstia à parte), mas os resquícios insensatos da minha cultura judaico-cristã me tolhe, na maioria das vezes quando meu bom senso de preservação me diz que era isso mesmo que deveria fazer.
Enfim! Estou imersa na plena luta zoroastriana, à espera do juízo final.
Mas tudo bem quando acaba bem. E isso pra mim tem profundos significados. Acaba bem pra quem mesmo, cara pálida?
Enquanto o “tudo acaba” não chega, eu espero. Espero, feito aranha. Na teia! Sou má? Cruel? Vingativa? A peçonha escorre pelos cantos da boca? Hum!
Deixar sair meu Scorpio faz bem. Reconheço que ele tem mania de aferroar nos lugares errados muitas vezes, mas faz parte da nossa natureza e se ela nos fez assim deve ter tido bons e válidos motivos. Quem sou eu pra reclamar?
Então Dona Vida, fiquemos assim: não me cutuque, se sua vara não for bastante longa. E me espere na próxima curva do caminho. Darei o troco!

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