Como posso falar do que há em mim?
Como posso dizer da alegria e da tristeza
que nascem juntas
e juntas permanecem,
inseparáveis?
Como falar de luzes e de sombras
que se entrelaçam
e se confundem às vezes
no oco e triste cinzento da angústia?
Como falar de noites e de sóis?
De estrelas e luas num céu de meio dia?
Como posso dizer do que habita em mim?
Do amor que se alimenta dos meus sonhos,
e ri e se transforma,
cresce e se diverte em me provocar?
E que às vezes (e somente às vezes)
sorri mansinho
como só o fazem os amigos?