Outubro de 84

Como posso falar do que há em mim?

Como posso dizer da alegria e da tristeza

que nascem juntas

e juntas permanecem,

inseparáveis?

Como falar de luzes e de sombras

que se entrelaçam

e se confundem às vezes

no oco e triste cinzento da angústia?

Como falar de noites e de sóis?

De estrelas e luas num céu de meio dia?

 

Como posso dizer do que habita em mim?

Do amor que se alimenta dos meus sonhos,

e ri e se transforma,

cresce e se diverte em me provocar?

E que às vezes (e somente às vezes)

sorri mansinho

como só o fazem os amigos?

 

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